terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rescaldo Eleitoral - Legislativas 2009

Com três actos eleitorais, o ano de 2009 ficou a ser um dos mais "agitados" politicamente desde 1976. Apesar de se ter usado em demasia a expressão "asfixia democrática" ao longo das campanhas eleitorais, há que referir, com uma ponta de ironia, que os eleitores portugueses foram chamados a exercer o seu dever cívico por três vezes num curto espaço de tempo, demonstrando que a nossa democracia está consolidada e amadurecida ao fim de mais de três décadas. Todavia, é certo e sabido, que existem alguns senhores que tendem a retroceder alguns anos e caem na tentação de criar uma espécie de "feudos" onde possam governar de acordo com as vontades pessoais. Mas, felizmente, este aspecto também já foi devidamente corrigido com as restrições ao número de mandatos consecutivos, salvaguardando a liberdade, a pluralidade e, claro, a democracia em Portugal.
No que respeita ao resultados do Partido Socialista nestas três ultimas eleições, observando de uma forma realista, podemos constatar que, se o acto eleitoral para o Parlamento Europeu não correu conforme as expectativas, já os seguintes podemos afirmar que foram duas grandes vitórias.

Nas Legislativas os nossos adversários afirmam que também ganharam, ou porque aumentaram os deputados ou porque o PS perdeu a maioria parlamentar. No entanto, não podemos esquecer as condições que o Governo enfrentou ao longo do mandato para poder dar a Portugal o rumo certo. Herdou um país de "tanga" como afirmou um Primeiro-Ministro do anterior Governo e conseguiu controlar o défice com medidas pouco populares, mas sem alienar património para camuflar as contas no final do ano como outros fizeram. Modernizou a Educação introduzindo o Inglês e a Informática no ensino básico, apostou nas energias renováveis, na inovação, nas novas tecnologias simplificando e desburocratizando procedimentos e muitas outras coisas que se podiam enumerar. Foram três anos a trabalhar rigorosamente para que no ultimo ano da legislatura pudesse haver a colheita de dividendos, firmados nos sacrifícios exigidos a todos. Porém, a crise financeira com repercussões à escala mundial, fez-se sentir e, infelizmente, nos fez recuar perante a urgência de medidas de apoio a empresas e pessoas. Os dramas sociais provocados pelo desemprego aconteceram por todo o globo e Portugal não foi excepção. O Governo PS actuou em conformidade e com prontidão, tentando minimizar os efeitos deste facto. As pessoas compreenderam isto e, apesar dos nossos adversários aplicarem uma demagogia fantasiosa indicando soluções impossíveis e imputando responsabilidades indevidas ao Governo, os eleitores deram um voto de confiança ao PS fazendo com que fosse o partido mais votado novamente em 2009.
Com todas estas adversidades, se isto não é uma vitória, não sabemos o que será.



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